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Vede, buraco por buraco do seu próprio corpo.
Respire, ofegante, prendendo a respiração.
Curve seu corpo em abraço uterino
Siga as pistas de seus próprios nervos
até tocar as palavras hospedadas
em seu próprio corpo.
Em seguida, atire sem relutar,
as palavras deste corpo,
nas labaredas do corpo em chamas...
Meça então a eliminação de sua própria existência
E assim, coloque o ego perdido
no espaço de depuração absoluta, e,
coloque-se em estado de meditação, aguardando
o ciclo de vida e morte que breve está por chegar
Percorrer ao inverso, o longo processo de tempo,
até o encontro com o grito primal.
Viagem através do corpo.
No final desse silêncio paciente,
hospede-se na crisálida imaginada, e,
desta vez, através de buracos vedados
voe para o mundo de fora.
Carregando asas nas costas
alçando vôos no céu luminoso,
tal qual borboletas...
o corpo transformando-se em anjo.
Instante da liberdade conquistada,
começa agora
a dança da alma improvisada.
Takao Kusuno