das coisas mesmas.
asteei uma bandeira de palavras no castelo de areia úmida
ele todo feito à mão
moldado por dedos finos,
o cuidado de esculpir a torre
que alcance a lua
e aos pés da violência espumante
das ondas.
fatalmente destrutível, transitório
[qual planta sem raíz]
o castelo nômade de firmeza relativa
parede frágil
do reino dos estrangeiros
da estirpe dos herdeiros
dos homens sem direção
sem a segurança do cimento
a geometria do tijolo
a base sólida da terra
seca.
asteei uma bandeira de silêncios no castelo de areia úmida
construído no caminho
por onde passa
o contra-senso da curva do vento
que sopra frio
mas tão frio
que dá vontade
de ser corpo morto
embaixo da terra
[qual raíz sem planta]
protegido do sopro da vida
que não cansa.
asteei uma bandeira branca no caminho
da fria ventania,
e esqueci os casacos
lá---
[dentro do último castelo destruído.]
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