vai homem!
corre e goza do Espírito puro de Homem
enquanto o seu lobo não vem.
vai lobo!
abocanha o homem pela jugular e mostra a força
do Mundo das estepes selvagens e o desprezo pelo asseio
com os dentes sujos de sangue quente.
vai homem!
cultiva o espírito nobre, a medida
e espanta a fera indômita
da destruição violenta e irracional.
vai lobo!
que o instinto é certo e os caninos
mais afiados que o espelho lento da razão.
vai homem!
se eleva em pensamento, salta por cima da besta
e alcança o espaço eterno e imutável
livre dos prazeres vãos.
vai lobo!
sê livre, astuto, e dorme ao relento
na noite mais estrelada da vida
ofegante e saciado a tremer de cio.
vai homem!
domina a natureza e seja o outro
o sujeito de um objeto opaco,
aquele que dorme sempre de Luzes acesas.
vai lobo!
uiva pra lua e rosna pras lanternas
que distraem o medo covarde
do escuro abismal dentro do homem.
- corre! que as outras matizes - entre um e outro - já começam a acordar.
- corre! pois agora multiplicam-se a multiplicidade de espécies!
- espera! sê lobo, sê rato, peixe, dragão, homem, búfalo, pássaro e raposa.
- pára! que a personalidade é a própria orgia entre todas as espécies da arca de noé, a incluir o seu exímio guardião.
(a prova disso é começar este documento, homolupinamente, e terminar assim, feito uma hiena vestida de bufão.)
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