Para João.
" Ó burgueses cheirosos! Sepulcros caiados por fora apenas. Fariseus do bom costume, da boa conduta, e da beleza de Outdoors e perfumarias. Ó defensores do bom trabalho, do pensamento instrumental, do Éthos do comer, beber e se acasalar. Ó galinhas, porque vim parar aqui, nessas dimensões pouco montanhosas e áridas? Ó burgueses do perfeito sorriso e da ciência confundida com inteligência. Ó seres sem abismos, máscaras sociais, pre-juízos formados, ontologizadores do humano, onde só há ninharias. Senhores, tem de haver algo além desse sono cotidiano após o almoço. Haver vida após vossas vidas. Haver perdão após vossos julgamentos.
Bem aventurados os que não dormem, os que tremem, os que choram, os que sucumbem, os que superam o sucumbir. Bem aventurados os párias, os singelos loucos, os que desconfiam, os que sorriem sem motivo e sozinhos. Bem aventurados os que não possuem casa, senão em si mesmos e ainda assim, por poucas estações. Provisórias, enfim... "
do meu irmão César.
(saído cesarianamente da mesma barriga que eu.)


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=)
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