ficção.
confesso que nunca entendi nada. nunca entendi sobre o que se faz por aí: nos ônibus, nos bancos, nas filas, nas salas. confesso que sempre fingi saber, confesso que fingi todo o meu interesse. é tudo uma questão de fé. acreditar em mim é uma questão de fé, devo meter-me em auto-culpabilidade? a responsabilidade é toda do que crê em mim. mas se finge crer, como eu, não há porque me detestar, há de ser feliz. escolham entre a ciência, a religião, a palavra! porque eu escolho a palavra, porque palavra é o muro através do qual eu me escondo antes de levantar vôo (os outros dois não me permitiriam, mas consolariam, coisa de que fujo). mas antes, um lamento e outra confissão: ela também muito me engana, faz-se de rogada, quando logo depois embeleza-se frívola e entra num carro qualquer, cuspindo reticências pela janela aberta.
e parte...


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