a maldição dos olhos furados & minha repetição que me cansa OU a ignorância
Nada basta mais. O escuro e as flores não bastam, assim como os violinos e as visitas de nômades na minha cabana no deserto, na minha casa de areia que é coberta, recoberta, transposta necessariamente. Tudo sempre falta. Tem faltado sangue, tem faltado quem tenha coragem de roubar veias para devolvê-las cheias de vinho no dia seguinte num embrulho de papel de seda com uma fita de qualquer cor. Tem faltado coragem. Tem sobrado cansaço, tem cansado a insistência obsessiva aqui dentro. Dentro que não é espaço, não é concreto, é puro inferno num abstrato, de quem tem pena, de quem tem medo, quem não tem fundo mas cultiva espinhos cheios de não saber: nem de si, nem do mundo, nem de ninguém.
Os espinhos da maldita ignorância, que espetam sem nem saber a quem.


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